domingo, 11 de março de 2012

Superliga–Uma pequena análise do que pode ocorrer nos playoffs.

Terminada a fase classificatória da Superliga, tanto no masculino como no feminino,  uma rápida análise do que pode acontecer nestes playoffs, que definirão os semifinalistas, de uma das mais disputadas edições da Superliga.
Lembro que, os comentários são em função do que ocorreu até o momento na Superliga, e que nesta fase do mata-a-mata, não existe equipe favorita, principalmente no masculino, pois algumas equipes tendem a crescer nesta fase final.

Superliga masculina:

Cruzeiro x São Bernardo:

O Cruzeiro, melhor equipe da primeira fase, tem na continuidade do técnico Marcelo Mendez e do seu elenco, um dos ponto forte da equipe. Com um ataque eficiente, com o oposto Wallace Souza, o levantador William em ótima fase, apesar de ter lesionado a coluna na penúltima rodada da fase classificatória, deve ser um diferencial neste playoffs, ainda mais que conta com um bom sistema defensivo. A equipe precisa melhorar o bloqueio. 

São Bernardo acabou a fase classificatória na 8º colocação, mas não é por isto, que não deve ser levado como um bom candidato a chegar as semifinais, pois conta com o técnico Rubinho, muito experiente na função, fora que, mesmo para uma uma equipe com média de altura de mais de 2m, defende muito bem, facilitada pelos altos bloqueadores da equipe. Tem que melhorar o saque e o ataque.

Sesi-SP x Rio de Janeiro:

A equipe do Sesi-SP, campeão da última Superliga, mais uma vez chega na fase final. Equipe que tem no bloqueio e recepção, seus principais pontos fortes, pois conta com o líbero Serginho e os ponteiros Murilo e Léo Mineiro nesta função. Este último o mais eficiente até agora na Superliga. Conta também com o técnico Giovani, que para mim, deverá ser o novo técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, após os jogos Olímpicos de Londres 2012. Tem que aproveitar um pouquinho mais o seu saque, que não foi o melhor fundamento da equipe na fase classificatória.

Já o Rio de Janeiro, montou uma seleção, com atletas da seleção brasileira, tais como Dante, Marlon, Théo, Lucão e Lipe, mas ainda não engrenou como equipe. Tem no saque e na defesa, os seus melhores fundamentos, mas peca na recepção, o que prejudica as armações da equipe e consequentemente, seus ataques.

Vôlei Futuro x Campinas:

Esta deve ser uma partida muito acirrada, principalmente por que no paulista, o Campinas não deu moleza para o Vôlei Futuro. Conta com o ótimo ponteiro cubano Camejo, um bloqueio bem montado e uma boa recepção, com o líbero Mário Junior o ponteiro/passador Dentinho, sem falar no talentoso levantador Ricardinho.

O Campinas, tem o melhor bloqueio da Superliga, principalmente com o seu central Gustavão, com 2,15m e o experiente André Heller, que vão criar muitas dificuldades para a equipe do Vôlei Futuro. O saque e o ataque, tem que ser um pouco mais eficiente, se quiser chegar na próxima fase.

Florianópolis x Minas:

Pela proximidade na tabela de classificação, da primeira fase, está deve ser a partida mais equilibrada destes playoffs. A equipe do Florianópolis, perdeu o seu técnico Marcos Pacheco, no início da competição, e o ex-central da seleção brasileira Douglas, assumiu a função, mantendo a união da equipe. Tem na figura do seu levantador, Bruninho, uma das suas principais armas para tentar chegar na próxima fase. Conta ainda com o central Eder, o melhor sacador desta primeira fase e o experiente Gustavo. Tem que melhorar a relação bloqueio/defesa. Uma pena não poder contar com o seu ponteiro Giba, que dispensa comentários.

O Minas, mais uma vez chega para os playoffs, como um grande favorito a lutar pelo título. Tende a crescer, principalmente por causa das boas atuações nas últimas rodadas da fase classificatória, principalmente pelo seu bom poder de ataque, com o ponteiro Lucarelli, o central Henrique e o oposto Filip, que cresceu junto com a equipe, pois é o estrangeiro da casa. O levantador Marcelinho e outra peça chave da equipe. Tem que melhorar o bloqueio.

Superliga Feminina:

Ao contrário da disputa masculina, na feminina, apenas 3 ou 4 equipes tem chances reais de chegar na fase seguinte. Sesi-SP e Praia Clube correm por fora, enquanto que Mackenzie e São Bernardo, tem partidas bem difíceis pela frente.

Osasco x São Bernardo:

Treinada pelo técnico Luizomar, a equipe do Osasco, é a equipe com melhor equilíbrio técnico na quadra. Conta com a boa recepção da líbero Camila Brait, a talentosa levantadora Fabíola, um ataque forte com a ponteira Jaqueline, um bloqueadora central alta e forte como a Thaísa, a vibração e garra da Adenízia, sem falar da oposta Tandara, ou seja, uma equipe difícil de enfrentar, mas que, por algumas vezes, se desconcentra, e vira uma presa fácil para as equipe adversárias, e nesta fase, isto pode acabar por colocar todo este equilíbrio técnico por terra.

São Bernardo entra como a equipe mais fraca tecnicamente. Tem se apoiado na central Dani Scott e na oposta Lia. Com uma recepção e bloqueio razoável, pode dar algum trabalho para Osasco, mas ainda não é uma equipe forte no cenário Nacional.

Rio de Janeiro x Mackenzie:

O Rio de Janeiro, conta com uma comissão técnica competente, principalmente pelo seu comandante Bernardinho, que sabe como ninguém, montar uma equipe vencedora, uma das virtudes na figura de seu técnico. Com uma atacante oposta competente como Sheilla, que também saca muito bem, as centrais Valeskinha e Juciely, eficientíssimas no bloqueio, uma defensora corajosa como a líbero Fabi e a experiente levantadora Fernanda Venturini, que tem a melhor defesa da fase classificatória, e a esforçada ponteira Regiane.
E a ponteira Mari ? Excelente atleta, mas que não anda bem na recepção e com um desempenho não muito bom no ataque, mas que pode crescer e voltar a jogar de forma mais equilibrada tecnicamente.
De um modo geral, forte candidata ao título, mas tem que melhorar na recepção, fora que, dificilmente, vai poder contar com a ponteira Natália, que ainda se recupera de lesão.

A equipe do Mackenzie, tem na sua oposta Ingrid, uma das suas principais armas, pois foi a bloqueadora mais eficiente da fase classificatória. A recepção, é outro ponto forte, que dá um bom volume de jogo, mas peca no ataque. Corre por fora.

Vôlei Futuro x Praia Clube:

Assim como no masculino, a cidade de Araçatuba, abraçou o projeto da equipe feminina e montou um elenco dos mais caros e fortes desta Superliga. Começando pelo técnico Paulo Cocco, que alia competência e maestria no comando da equipe, sabendo dosar muito bem, na hora de dar uma chamada mais forte na equipe. Um grupo equilibrado, que conta com as ponteiras Paula Pequeno e a feroz Fernanda Garay, a melhor atacante da fase classificatória, uma central experiente como a Walewska e a jovem Andressa, a oposta Joycinha e a levantadora Ana Cristina. Uma pena não poder contar com a central Carol Gataz e a líbero Stacy Sykora, que não atuou em muitas partidas, mas contou com a ótima fase da líbero Vere. Seria candidata a levar o título, mas tem que usar melhor o saque.

O Praia Clube, outro representante Mineiro, comandada pelo técnico Spencer Lee, tem um razoável ataque e recepção, principalmente pelas suas ponteiras Elis e Suelle e a oposta Monique. Destaque para a levantadora Juliana, que foi muito bem na fase classificatória. Conta também com a experiente líbero Arlene. A equipe peca no sistema defensivo e tem que melhorar o saque.

Minas x Sesi-SP:

Assim como no masculino, a partida entre o Minas e Sesi-SP deve ser a mais equilibrada dos playoffs feminino. Minas conta com uma boa recepção, favorecendo as armações da levantadora Claudinha, que melhorou muito tecnicamente desde a última Superliga, principalmente no aspecto físico e tem colocado as atacantes cubanas Herrera e Daymi sempre em boas condições de ataque. A ponteira Mari, as centrais Fernanda e Natasha, e a líbero Tássia, compõe a equipe base do técnico Jarbas Soares, que conta com o fator local, para chegar as semifinais.

Como equipe estreante na Superliga, o Sesi-SP chegou a onde pretendia e de agora em diante e continuar lutando para superar as expectativas, principalmente contando com a experiência do técnico Talmo Oliveira e de atletas como a oposta Elisângela, a levantadora Dani Lins e das ponteiras Soninha e Sassá. Com um defesa bem posicionada e uma boa recepção, pode surpreender. Precisa trabalhar mais o saque e melhorar o bloqueio, o que vai favorecer a relação bloqueio/defesa e garantir a equipe, um bom volume de jogo e consequentemente um melhor aproveitamento dos contra-ataques.

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